A Pipoca Mais Doce, O Manolo e a Criançada

Toda a gente acha que eu odeio a Pipoca Mais Doce ao ponto de querer ver a rapariga finar-se em qualquer rua empedrada do nosso Portugal do alto da suas sapatongas.

Mas isso além de ser mentira, é estúpido. Eu até acho que a PMD é uma rapariga que, segundo a própria, embora tenha a sua vidinha financeiramente estável, é dotada de uma enorme consciência e moral para com todos as pessoas com dificuldades em meter comida na mesa, e pessoas assim agradam-me, sensibilizam-me... aquecem-me o coração.

Já em Outubro de 2011 a PMD estava preocupada com a crise do país e com o dinheiro que se gasta pelo Natal. Preocupada que só ela, procurou junto da família ter um Natal mais justo e de gastos moderados.

De entre as várias sugestões que a PMD equacionou para poupar no Natal, no que toca à criançada as dicas foram:

"No que toca à criançada, sou uma grande defensora de que não devem receber mais de dois ou três presentes. É perguntar-lhes o que é que querem mesmo, mesmo, mesmo, mesmo muito receber e, dependendo dos preços, dar-lhes só essas duas ou três coisas (se for uma coisa muito cara, tipo uma consola ou assim, junta-se a família toda e recebem só isso). Ideal, ideal, era receberem só um brinquedo e o resto seriam coisas úteis e nas quais os pais gastam fortunas (roupa, calçado, material escolar, etc e tal). A quantidade de prendas que recebem a cada ano é um absoluto disparate. Os putos não ligam nada, só querem rasgar papel, pelo que sugiro que este ano se voltem a embrulhar os presentes do ano passado (de certeza que já não se lembram) ou que lhes sejam oferecidas caixas vazias. Assim como assim, só acham graça à parte de desembrulhar, mal olham para o que está lá dentro e já estão a perguntar pelo próximo. Acho que também não era má ideia ter uma conversa pedagógica com eles (na nossa família têm todos mais de cinco anos, já percebem as coisas), explicar-lhes o que custa a vidinha e porque é que este ano não vão ter 30 presentes cada um, como é costume. Ah, isso e obrigá-los a escolher os briquedos que usam menos para dar a crianças que precisem mais. Claro que convencer pais, tios e avós a embarcarem nisto é muito mais complicado (toda a gente acha muita graça a dar cinco presentes à criança), mas pronto, fica a ideia."

Cá está.. concordo com quase tudo... estamos a falar de crianças... não estamos a falar de cães...

A um cão não se justifica neste tempo de crise olhar a gastos... primeiro, porque é inútil ter-se uma conversa pedagócica com um cão, depois porque ao cão não faz sentido perguntar que presentes quer receber porque ele não responde, portanto a solução é dar-lhe tudo.
A pequenada, tal como diz a Pipoca, já se sabe... não ligam a presentes e só querem rasgar o papel... já os cães abrem os presentes com todo o cuidado, olham para eles com admiração e reconhecimento e vão guardá-los numa gaveta  para que não se estraguem.

Já estou a imaginar o Manolo quando a PMD lhe oferecer a coleira da Louis Vuitton: "ah...uma coleira da Louis Vuitton... era mesmo que eu queria!!!! Deixa-me voltar a embrulhar e ir guardar na gaveta para estar novinha no primeiro dia da escola de abediência".

Enfim, se um dia me obrigassem a escolher entre ser filha e ser cão da Pipoca Mais Doce... eu já respondia a ladrar para não perder muito tempo...

*a parte do post em que sugere que se ofereçam caixas vazias porque o que as crianças gostam é de rasgar papel... matou-me. Eu se fosse familiar da PMD este ano ia ao caixote do lixo procurar uma caixa de uns Louboutin para lhe oferecer... assim como assim, só ter uma caixa nas mãos já é coisa para a deixar em estado de euforia.